ANTÓNIO FIRMO DA COSTA – UM OURIVES DE SUCESSO

Entre os ourives de Lisboa que acompanharam a transição do século XVIII, sobressai o nome de António Firmo da Costa, ativo entre 1793 e 1824, cuja a obra revela em qualidade e número o percurso deste mestre pioneiro e autor de exemplares de inegável originalidade.

Filho de um alfaiate

Filho de um mestre alfaiate, com loja na Rua Bela da Rainha, hoje conhecida como Rua da Prata, iniciou-se na arte da ourivesaria com apenas 12 anos de idade. Após 5 anos como aprendiz faz exame para oficial de ourivesaria em 1790, e só em 1793 abre loja em Lisboa.

Elevado a Mestre

Com apenas 22 anos de idade António Firmo da Costa foi elevado a mestre porque era exímio no ofício da prata, foi o mentor da modernidade, originalidade e da depuração de ornatos.

Representante do Neoclássico

Especialista em objetos do quotidiano de formas inovadoras, privilegiando sempre a forma/ função, é considerado por todos um notável e fecundo representante do estilo neoclássico, que trabalhou numa linguagem simples e serena do classicismo.

Vários Museus

A sua obra está representada em vários museus, nomeadamente, M.N.A.A., M.N.S.R., Fundação Ricardo Espírito Santo, Casa Museu Medeiros e Almeida, Casa Dr. Anastácio Gonçalves, etc., etc. 

Foram seus clientes colecionadores notáveis;

– A casa real, a aristocracia, a igreja e a burguesia da época.

Um dos seus principais admiradores e colecionadores do séc. XX foi Francisco Barros e Sá. 

Não devemos esquecer nem deixar de citar o seu grande mestre e amigo  Francisco Manuel de Paula Castilho com quem iniciou a aprendizagem do seu ofício.

Um ourives de sucesso!

Um ourives de sucesso! Comprova o apreço em que era tido na época, não só a variedade da sua clientela – como a dimensão da sua oficina com vários oficiais e aprendizes, que lhe permitia ter três lojas abertas na Rua da Prata.

O singular percurso deste ourives ao longo de trinta e um anos de ativa produção, reflete de forma por vezes surpreendente a sua evolução no contexto da época.

Napoleão Bonaparte

Exemplo da reputação do seu trabalho, é o serviço de chá e café, executado por António Firmo da Costa, que foi oferecido a Napoleão Bonaparte aquando da sua passagem pelo Funchal a caminho do seu exílio na distante ilha de Santa Helena, em 1815.  Presentemente na prestigiada coleção da Casa Museu Medeiros e Almeida.