Joias nos retratos das elites do séc. XVIII

O significado atribuído pelas elites aos diversos objetos de que se rodeavam tem vindo a merecer um crescente interesse por parte de alguns sectores da comunidade científica. Das pratas, às joias e tecidos vêm também juntar-se os retratos dos próprios ou as galerias dos seus antepassados, em figura real ou imaginada.

Perfil Social

De facto, a encomenda de retratos esteve reservada às elites mais elevadas, especialmente até ao final do século XVIII, tendo-se assistido a uma abertura do perfil social dos retratados a partir do século XIX.

A joalharia era de importância nos retratos do século XVIII dando relevância a determinados tipos de joalharia.  Existia a vontade explícita de deixar para a posteridade a imagem da pessoa retratada, associada ao prestígio em vida que o retrato ou até uma série de retratos evidenciava.  Hoje constitui um dos meios mais curiosos de apurar o potencial simbólico desta expressão artística.

A execução de um retrato

Estas representações de homens, mulheres ou crianças, sozinhas ou em grupos mais ou menos numerosos, eram também passíveis de ser contempladas pelos seus contemporâneos, que com eles conviviam. Noutros casos, tratar-se-ia de objeto de memória para a família ausente, funcionando como uma recordação; sobretudo na época em que a fotografia ainda não existia. São muitos e diferenciados os objetivos que determinariam a execução de um retrato por um personagem das elites. Para além da pujança das joias que nele podem figurar e que muito contribuem para o estudo e investigação da ourivesaria Europeia, o retrato é naturalmente revelador da personalidade daquele que nele se encontra representado, ou da intencionalidade de alguém por ele(a), de expor os seus gostos e convicções, para além, naturalmente, das suas próprias características físicas, psicológicas e sobretudo de carácter.